Santa Casa de Santos já implanta novo tipo de marca-passo
22/09/2010 - 09h19
A Santa Casa da Misericórdia de Santos já dispõe de equipe médica em condições de implantar em doentes cardÃacos com insuficiência congestiva o Ressincronizador e Cárdio-Desfibrilador Interno Automático.
Fonte: Jornal A Tribuna - Santos/SP 18 de fevereiro de 2007
A Santa Casa já dispõe de equipe médica em condições de implantar em doentes cardÃacos com insuficiência congestiva o Ressincronizador e Cárdio-Desfibrilador Interno Automático.
Trata-se de um dos marca-passos mais modernos criados pela engenharia médica, existente há dez anos e aplicado somente há cinco anos em hospitais da Capital. Possui a função de melhorar a força de contração do músculo cardÃaco por intermédio de três eletrodos e é colocado dentro do coração.
Segundo o médico Edison Ribeiro da Cruz, do Setor de Arritmia e Marca-passo da Santa Casa, que realizou o primeiro implante do equipamento na Baixada Santista, a eficácia é comprovada em casos de arritmias ventriculares graves. Entre esses casos estão a fibrilação ventricular (popularmente denominada de parada cardÃaca).
Choque
‘‘Depois de instalado, o equipamento tem a capacidade de reconhecer a fibrilação e emitir um choque elétrico, dentro do coração para reverter esse quadro e estabilizar os batimentos’’, explica.
O novo marca-passo abre uma nova perspectiva para o tratamento desse tipo de insuficiência cardÃaca, e aumenta a sobrevida de doentes do coração, principalmente os que têm esse órgão dilatado.
Durante o procedimento, no último dia 3, Ribeiro da Cruz foi auxiliado por AnÃsio Pedrosa (Instituto do Coração). O trabalho teve a supervisão de César Augusto Conforti, responsável pela Equipe de Cirurgia CardÃaca da Santa Casa.
‘‘Dentre as cirurgias de estimulação cardÃaca artificial, esta é considerada uma Ferrari, o procedimento mais complexo e completo’’ compara o médico Carlos Alberto Cyrillo Sellera, chefe do Serviço de Cardiologia ClÃnica da Santa Casa.
Preço
A despeito do avanço da Medicina nessa área, os problemas de implantação do equipamento não estão na operação cirúrgica, que exige apenas anestesia geral e dois cortes para a introdução do marca-passo, mas no custo: média de R$ 75 mil a R$ 80 mil.
Na Capital, o Sistema Único de Saúde (SUS) autoriza a implantação do equipamento somente em alguns hospitais, entre eles os da USP, o Instituto do Coração, a Escola Paulista de Medicina e Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Pelo SUS, a operação custa R$ 45 mil a R$ 50 mil. A implantação de um marca-passo comum custa em média R$ 8 mil, pela tabela SUS.
Na Baixada Santista, ainda não há credenciamento do SUS para esse tipo de implante. A operação de colocação do equipamento realizada na Santa Casa (que está na expectativa de ser credenciada pelo SUS para esse tipo de implante) foi solicitada por um doente cardÃaco que custeou a operação com apoio do convênio médico da Unimed.
Tecnologia
O custo é ditado pela tecnologia e pela desvalorização do real em relação ao dólar. O volume do aparelho é minúsculo, equivalente à metade do tamanho de um cartão de crédito, implantado no corpo por meio de uma cirurgia geral.
A técnica para instalar o equipamento é realizada mediante um pequeno corte na região do tórax (máximo de quatro centÃmetros). O eletrodo é inserido via venosa.
São colocados três eletrodos na região subclávea, próxima ao tórax, tudo por dentro da veia, até chegar ao coração. O novo marca-passo provoca uma proteção do coração, reagindo quando há uma parada cardÃaca. O equipamento tem a capacidade de sentir a batida de diferentes formas.
Doentes cardÃacos — como, por exemplo, atletas que tiveram paradas cardÃacas fatais — poderiam sobreviver se tivessem o aparelho no corpo.
Ao reconhecer a parada cardÃaca, o marca-passo produz uma estimulação, fazendo o coração retornar ao batimento considerado normal.
A operação de implante é acompanhada por um engenheiro especializado no equipamento, que se desloca da Capital. Ribeiro da Cruz aprendeu a técnica de implantação do novo marca-passo no Incor.
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